17 de março de 2013

PALÁCIO DO REI DO LIXO

 
 
 
 
 

A história da Torre de Coina, ou Palácio do Rei do Lixo – que chama a atenção de quem circula pela Estrada Nacional nº 10, na zona de Coina –, remonta ao século XVIII, quando o local era ainda e apenas mais uma propriedade rural de D. Joaquim de Pina Manique, político, cavaleiro da Ordem de Cristo e irmão do famoso intendente de D. Maria I, Diogo Inácio Pina Manique, fundador da Casa Pia de Lisboa.

Mas o mistério que ainda hoje envolve este lugar nasce já no século XIX, quando a quinta é adquirida por Manuel Martins Gomes Júnior, um comerciante natural de Santo António da Charneca que, em 1910, manda construir a Torre, diz-se, para conseguir avistar uma outra propriedade que possuía em Alcácer do Sal. Edificado com os mais ricos materiais da época e, por isso, exigindo um investimento financeiro muito grande, o Palácio foi visto, na altura, também como uma demonstração de grandeza e poder daquele que ficou conhecido como “o rei do lixo” (graças ao exclusivo que possuía para a recolha dos detritos da cidade de Lisboa e por ter feito fortuna a comprar e vender lixo). Profundamente ateu, Manuel Martins Gomes Júnior transformou a ermida da propriedade em armazém e estábulo e baptizou a herdade de Quinta do Inferno. Mais tarde, através do seu genro, António Zanolete Ramada Curto, a propriedade tornou-se numa importante casa agrícola.

Já em 1957, os grandes proprietários e industriais de curtumes Joaquim Baptista Mota e António Baptista compraram a propriedade para aí constituírem a Sociedade Agrícola da Quinta de S. Vicente, transformando o local numa importante exploração pomícola.

Hoje, a propriedade pertence ao conhecido construtor da Margem Sul do Tejo António Xavier de Lima, que a adquiriu em 1972 com o intuito de transformar o Palácio numa pousada com cerca de 85 quartos. Porém, em Junho de 1988, a Torre foi “devorada” por um incêndio de contornos misteriosos, o que veio contribuir ainda mais para o estado de degradação do edifício.

1 comentário:

  1. Creio que este edifício possui um potencial de exploração tremendo. Para quem pensa investir em algo como um hotel ou uma pousada, que na zona é completamente inexistente algo do género, deduzo que seja uma óptima oportunidade. A torre central permite um vislumbre soberbo sobre os arredores. Falando ligeiramente em estrutura, penso que facilmente se criarão pisos perfeitamente sustentados em vigas e perfis metálicos, podendo introduzir aqui como pavimento uma réplica da antiga tábua estendida parede-a-parede. No exterior, creio que uns pequenos acertos nas fachadas a nível estético criaria um ar mais contemporâneo e arrojado, pois a imponência da Torre Central por si só o permite.

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